4.3.11

poema em linha recta- Álvaro de camos

"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza."

Filipa

3.3.11

por isso é que gosto de medicina.

'Uma bebé inglesa, Ella Anderson, foi submetida a um tratamento que consistiu na sua congelação durante três dias, depois de ter nascido num cenário de morte aparente, quando no momento do parto a placenta da mãe rebentou, o que quase fez com que se esvaísse em sangue.

Os médicos do hospital Peterborough estiveram em manobras de reanimação durante 25 minutos, mas a falta de oxigénio no cérebro da recém-nascida no momento em que foi detectado batimento cardíaco poderia causar graves problemas cerebrais, de acordo com o The Sun.

Por isso, a criança foi levada para o hospital Addenbrooke, em Cambridge, para ser submetida a um tratamento inovador. O seu corpo foi congelado, passando de 37 graus para 33,5 graus celsius (que em circunstâncias normais provocaria hipotermia).

Passados três dias, a temperatura da bebé regressou ao normal, tendo alta oito dias depois. A criança tem hoje nove meses e mantém a fisioterapia, no entanto os médicos referem que o seu cérebro funciona correctamente.

Note-se que a intervenção em questão foi baseada nos montanhistas, mais concretamente na sua capacidade para suportar o frio a grandes altitudes, com a redução da pressão no cérebro que lhe permite recuperar de traumatismos.'